quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Isso não é um filho, isso é um cisto do tamanho de Júpiter!

Uma coisa que eu sempre me perguntei é: como diabos foi o dia em que nasci. Aconteceu em um sete de setembro, ano de 1982. Neste mesmo ano, por exemplo, o Brasil perdeu a Copa ao ser eliminado pela Itália na famosa "Tragédia so Sarriá". Em suma, só aconteceu merda.

Mas imaginem só, na maternidade São Paulo, uma senhorinha de 40 e tantos anos chegando com um barrigão. Os dois "médicos" (um faxineiro e um estagiário) olham para aquilo e dizem:

- Tá, já já voltamos. Lembre-se que eu pedi truco.

Então correm com a senhorinha para a sala de parto. Nunca viram uma barriga daquele tamanho. Dizem que ela tem muita idade para dar a luz, que o filho pode nascer com problema. Diagnóstico mais do que acertado. Um dos "médicos" acende um cigarro e vaticina:

- Meus Deus, isso é uma cabeça? Precisamos de uma retroescavadeira, agora!

Então vai todo o hospital (faxineiro, estagiário e recepcionista) se encarregar de arrumar o equipamento, enquanto a senhorinha acende um cigarro e reclama:

- ANDA LOGO QUE EU TÔ PARINDO O GLOBO TERRESTRE!

Os médicos correm, ligam para todas as construtoras do país, tentam achar o engenheiro que construiu a Transamazônica, terminam a partida de truco e nada de uma retroescavadeira, afinal de contas é feriado. Chamam a pobre criança que ainda nem veio de filho da puta, visto que nasceu no carnaval, o pequeno cabeçudo que veio ao mundo de sete meses. Podia esperar um dia pelo menos, não?

Então, sem equipamento, eles resolvem fazer o parto a forceps. Três militares que passavam pela rua resolvem dar uma ajuda no procedimento:

- Puta merda, isso é um Golpe de 64 com o Che do lado deles!

E todos resolvem puxar a pequena cabeça, do tamanho de uma daquelas antigas bolas do Playcenter. A criança demora a sair, preocupado em deixar os orgãos de sua mãe em ordem, sem bagunça nenhuma. Além de cabeçudo, ele é virginiano, oras.

E o pequeno planeta por fim sai. A senhorinha respira aliviada e pede mais um cigarro. Os "médicos" exultam, afinal a mão de onze no truco está próxima do fim. Os militares pensam em levar o infante até o laboratório do SNI para estudos técnicos, mas ficam com medo de aquilo ser um filho do Brizola com a Maria Conceição Tavares. A criança olha para todos ao redor e só consegue pensar:

- Trabalhem no feriado, seus trouxas!

Eu queria muito saber falar para zoar os médicos nesse dia.